Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A diminuição do déficit habitacional do Brasil, estimado em 7 milhões de moradias, exigiria investimentos prioritários nos próximos 20 anos. Conforme recomendação do Conselho das Cidades, os recursos para o Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social em 2007 deveriam ser R$ 3 bilhões – valor cerca de 15 vezes superior ao que foi definido para o fundo, lembra o diretor-executivo da organização internacional Habitat para a Humanidade Brasil (HPH Brasil), Ademar de Oliveira Marques. O montante também é menor do que o aplicado este ano. “Não há prioridade ainda”, criticou o diretor da HPH, em entrevista à Agência Brasil. A entidade defende a possibilidade de transformação em realidade do conceito de cidades sustentáveis. “É possível a sustentabilidade nessa perspectiva dos instrumentos, das experiências e do processo de mobilização das organizações sociais. Contudo, é muito limitado do ponto de vista do planejamento”, destacou.Durante o seminário internacional Produção Social do Habitat, que a HPH Brasil realiza a partir de terça-feira (21), em São Paulo, serão apresentadas experiências de incentivo ao voluntariado jovem e corporativo na construção de moradias populares.No sábado (18), a localidade de Varjada, área rural do município de Passira, em Pernambuco, vai se tornar a mais recente localidade atendida pela HPH Brasil. Na comunidade, distante 130 quilômetros de Recife, 70 famílias ganharão uma cisterna para captação de água e casas que serão construídas por uma organização privada. A ação ajuda a evitar o processo de migração das pessoas para os centros urbanos.Desde sua fundação no país, em 1992, a HPH Brasil informa que já contribuiu para a construção de 3 mil casas através do sistema de mutirão, que reduz custos, aumenta a produtividade e o envolvimento da comunidade. A ONG foi criada nos Estados Unidos em 1976, desenvolve projetos em 100 países e contabiliza mais de 200 mil moradias construídas em todo o mundo.