Falta de informação limita implantação de projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo

14/11/2006 - 16h58

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A falta de informação e de conhecimento técnico dasempresas são os principais fatores que limitam a adoção de projetos deMecanismo de Desenvolvimento Limpo no país, segundo apontou pesquisa realizadapelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior em parceriacom a PricewaterhouseCoopers, junto a 163 indústrias, associações setoriais einstituições financeiras no país. Realizada no primeiro trimestre deste ano, a pesquisaidentificou ainda que 22% das companhias consideram os custos elevadoscomo fator impeditivo do desenvolvimento dos projetos.O estudo mostra que a percepção das empresas sobre o impactoda mudança global do clima para o futuro do próprio negócio é alta para46% das companhias. Outros 44% consideram estratégico o mercado de créditos decarbono, no qual os países emergentes poderão vender para países poluidores asemissões que deixarem de lançar na atmosfera.Embora o Brasil não tenha que apresentar metas de redução deemissões de gases, segundo o Protocolo de Quioto, 67% das empresas pesquisadasresponderam que pretendem realizar um inventário voluntário de emissões degases causadores do efeito estufa.O estudo revela que nos últimos cinco anos, 72% dascompanhias realizaram investimentos ambientais superiores a R$ 1 milhão,destacando o controle de efluentes (33%), gerenciamento de resíduos (29%) eredução de emissões (24%). O estudo indica ainda que 69% das empresasconsultadas desejam ampliar os investimentos na área ambiental nos próximosanos.Entre as instituições setoriais, 76% consideram as questõesambientais estratégicas, enquanto 52% dão prioridade à responsabilidade social.E 83% das instituições revelaram que a tendência entre seus associados é de queos investimentos na área ambiental deverão crescer.Das entidades representativas setoriais, 33% já receberampedidos de informação sobre projetos de MDL de seus associados e 14% receberamconsultas vinculadas à compra e venda de créditos de carbono.O estudo aponta que para 52% das instituições financeiras oimpacto da mudança global do clima no futuro do setor é estratégico. Porém, oestudo constata que o envolvimento dos bancos no mercado de carbono ainda éreduzido: somente 24% consideram que a negociação de créditos de carbono temrelação com o futuro do mercado financeiro.Grande parte dos bancos consultados (48%) apontou que suaatuação no mercado de carbono deve dar prioridade ao financiamento para aelaboração de projetos. Outros 33% devem se concentrar na comercializaçãodesses créditos. A pesquisa revela, ainda, que 57% das instituiçõesfinanceiras pretendem oferecer instrumentos específicos para o atendimento àsdemandas referentes a projetos de MDL e ao mercado de carbono, como linhas decrédito.