Patrícia Landim
Da Agência Brasil
Brasília - A doação de dinheiro para candidatos a cargos públicos é uma forma das empresas contribuírem com o debate democrático, argumentam duas das principais financiadoras de campanha no país, o banco Itaú e a fábrica de celulose Aracruz. “Contribuímos para o amadurecimento do processo democrático com o incentivo à participação de todos os atores sociais que compõem o conjunto de forças de um determinado espaço”, respondeu, em nota, a Aracruz. “É de se supor que o fortalecimento da cidadania e do regime democrático reflita em resultados positivos no conjunto da economia”.A Aracruz diz usar alguns critérios para escolher a quais candidatos oferece dinheiro. “Melhoria da governança pública, promoção do desenvolvimento sustentável e fortalecimento da cidadania e democracia”.O Itaú, também em nota, disse que “se reserva o direito de concentrar seu apoio a candidatos e partidos que, no seu julgamento, oferecem os programas e as idéias mais eficientes para melhoria das condições de vida da sociedade”. O banco destacou que todos os valores doados são contabilizados e ficam registrados nos tribunais eleitorais. O Itaú afirma que define “os apoios num comitê composto por conselheiros e vários executivos do banco”.A Construtora Camargo Corrêa, uma das principais doadoras do setor de construção civil, também foi procurada pela Agência Brasil. Mas a empresa afirmou que não vai se pronunciar sobre o assunto. A assessoria de imprensa declarou que as doações são transparentes e seguem o que é determinado pela legislação. Já a empresa Gerdau, uma das maiores doadoras do setor siderúrgico, não pôde conceder entrevista até o fechamento desta matéria.