Debate sobre TVs Públicas indica construção de sistema público de comunicação

13/11/2006 - 12h31

Aloísio Milani
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O debate inicial do Fórum Nacional de TVs Públicas, organizado pelo Ministério da Cultura, Radiobrás e TVE Brasil, com apoio do gabinete da Presidência da República e da Casa Civil, indica a possibilidade de construção de um sistema público de comunicação, que possa reunir as emissoras universitárias, comunitárias, legislativas e as ligadas a governos estaduais e ao federal.Segundo o coordenador-executivo do Fórum, Mário Borgneth, as primeiras discussões do fórum com entidades representantativas do setor, mostra que há uma "perspectiva" de unidade na comunicação pública. "A primeira coisa que fica patente no diagnóstico é de todos os segmentos (TVs educativas e culturais abertas, TVs comunitárias e legislativas) é que todos concorrem para um mesmo objetivo de prestar um serviços a partir da televisão que promova educação, cultura a formação cidadã do público e da sociedade", afirma.Borgneth avalia que esse diagnóstico pode evoluir para o conceito de um sistema público. "Se há convergência de objetivos, convergência dedirecionamento e finalidade social desses canais, em que medida nós conseguimos do fomento da cooperação interna desses vários segmentos uma maior racionalidade no desenho de políticas públicas de apoio. E, sobretudo, na ampliação das interfaces possíveis de serviços desses canais com os outros atores presentes na sociedade civil, nós podemos construir um sistema público de comunicação."A proposta indica um sistema que pudesse organizar a área de maneira ampla, assim como apontado no manifesto do Fórum. "Não é um sistema que unifique, porque a unidade nesse sentido por ser reducionista. Mas, respeitando a especificidade de cada um desses canais, em que medida nós podemos promover uma maior integração desse sistema", sugere. O integrante do fórum defende a discussão diante do cenário atual de mudanças na comunicação brasileira e mundial. "Sabemos que, com o advento da TV digital, a multimplicação das mídias, a inexorável convergência dessas mesmas mídias, o panorama da comunicação social brasileira está sofrendo uma grande transformação", analisa. "Novos atores incorrem nesse cenário, novos modelos de negócio serão desenvolvidos com a chegada dessas novas tecnologia. E tudo isso exige por parte do campo público uma redefinição e um reaparelhamento para que demarque a sua missão e a sua finalidade".