Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O setor bancário brasileiro, na comparação com oque vigorava no país após o Plano Real, em 1994, melhorou bastante nãosó em qualidade dos serviços prestados, como também no que se refereaos investimentos em tecnologia. Ainda assim, o spread ainda é o grande vilão das instituições financeiras, aavalia o professor Rogério Sobreira, da Escola Brasileira deAdministração Pública e de Empresas(Ebape), da Fundação Getúlio Vargas.Otermo spread bancário se refere à diferença entre a taxa de captaçãodos recursos e a taxa de aplicação, que fica em poder das instituiçõesfinanceiras. Quanto maior o spread, maior o lucro dos bancos. Sobreira estima que no próximo ano “é provável que, à medida que a taxasiga uma trajetória de queda, a gente veja um acirramento daconcorrência bancária”. Segundo informou, esse fenômeno já temdado alguns sinais “aqui e ali”, mas ainda estamos muito aquém doobservado em países desenvolvidos.A boa avaliação fica por conta dos “serviços de Internet banking, bastante razoáveis". "Esse é um aspecto positivo do setor que vem sendo observado nos últimos cinco a sete anos”, disse o economista.Sobreira observou, porém, que esse aspecto favorável não elimina uma série de problemas ainda apresentados pelo setor. O mais grave desses problemas ainda é o custo de tarifas. “As tarifas bancárias no Brasil são muito altas. O setor, na verdade, não só não reduziu as tarifas, como aumentou. Nos últimos cinco anos, a gente tem visto aumento de tarifas superior à inflação”, constatou.Na avaliação do professor da Ebape/FGV, isso torna o serviço bancário ainda muito caro para boa parte da população. E esse é um defeito crítico que tem de ser resolvido, afirmou.“O setor ainda tem um volume de crédito muito baixo, apesar do crédito consignado (descontado em folha). Comparado com o que ocorre em países desenvolvidos e mesmo em países emergentes, caso do Chile e da Argentina, o nosso setor bancário ainda oferta um nível de crédito muito baixo”.Os erros e acertos do setor bancárioserão focados durante a 40ª Assembléia Anual da federaçãolatino-Americana de bancos(Felaban), que acontecerá entre os dias 12 e14 deste mês, no Rio de Janeiro.