Ministério do Trabalho fecha parceria que incentiva cooperativa de economia solidária

02/11/2006 - 17h45

Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os produtos da economia solidária, produzidos por associações e cooperativas, ganham força no mercado. Um dos incentivos do governo é a parceria firmada entre a Cooperativa e Consumo e Comercialização Popular e Solidário (Consol), do Rio Grande do Sul, e o Ministério do Trabalho e Emprego.O convênio prevê recursos no valor de R$ 400 mil. Com isso, a cooperativa pretende abrir lojas em Novo Hamburgo, Porto Alegre e Santa Maria, além de comprar equipamentos e melhorar as condições de logística e armazenamento dos produtos. O crescimento da Consol irá beneficiar 180 empreendimento solidários do setor coureiro-calçadista e da agricultura familiar. Assim como a Consol, existem outras experiências que refletem o crescimento do cooperativismo solidário no país. De acordo com o diretor de fomento da Secretária Nacional de Economia Solidária (Senaes), do Ministério do Trabalho, Dione Manetti, existem hoje cerca de 15 mil empreendimentos solidário no país, entre cooperativas, associações e empreendimentos não formalizados. No total, aproximadamente 1,5 milhão de trabalhadores estão empregados nessas atividades que reúnem desde agricultores familiares, até prestadores de serviços. Uma soma de fatores faz com que a aceitação dos consumidores aos produtos da economia solidária seja positiva, de acordo com Dione Manetti. “Primeiro porque são produtos de boa qualidade, no geral; segundo, porque quando falamos da produção da agricultura familiar estamos falando de produtos que não têm agrotóxicos e isso leva o consumidor a ficar cada dia mais consciente”. Além disso, ele lembra que a venda contribui para reduzir a exclusão social, já que beneficia de forma mais direita aos produtores. A avaliação do diretor da Senaes é de que a organização em cooperativas beneficia as duas pontas do processo, ou seja, produtores e consumidores. Do lado dos consumidores, aqueles que estão dispostos a consumir o que é resultado de um trabalho coletivo, auto-gestionário e solidário. E quanto aos produtores, viabiliza que seus produtos sejam levados ao mercado, por outros meios. “Não pelos instrumentos tradicionais de comercialização do sistema capitalista, mas sim por um instrumento também auto-gestionário, coletivo e solidário que é de propriedade dos próprios trabalhadores”, explica.