Foco do novo mandato é desenvolvimento com distribuição de renda, reitera ministro

01/11/2006 - 19h07

Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro de Relações Institucionais, Tarso Genro, reiterou hoje (1º) que o segundo mandato do presidente Lula vai ser focado em desenvolvimento com distribuição de renda e que a expectativa do governo, já a partir do próximo ano, é a de que o país cresça pelo menos 5%.Segundo o ministro, para alcançar esses objetivos, o governo Lula espera contar com a união das forças políticas do país, para que juntos - base aliada e oposição - possam aprovar no Congresso Nacional, o quanto antes, as matérias de interesse do país. Dentre elas, estão o Fundeb [Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica], que vai destinar mais verbas para a educação, a minirreforma tributária e a Lei da Pequena e Microempresa, frisou o ministro.“Eu atravesso ruas, estradas e mares em defesa do diálogo e de uma composição política no país, que não exige retirada de opiniões. O que exige é a localização de pautas importantes para o país e, para isso, evidentemente, o meu dever e minha satisfação, é conversar com todas as lideranças”, afirmou Genro, ao ser indagado se o governo continuava disposto a dialogar com a oposição, mesmo depois das declarações do presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), de que a oposição “não atravessaria a rua” para falar com o presidente. Em entrevista à imprensa, o ministro de Relações Institucionais lembrou que o processo eleitoral já se encerrou, e que neste momento os partidos políticos precisam ter consciência de que o mais importante, ao invés de se preocupar com as questões políticas, é dar continuidade aos projetos que visem ao desenvolvimento do país.“Nós temos que distensionar o período eleitoral. Temos uma pauta que é do interesse do país, que não é do interesse de partidos e de lideranças. Precisamos priorizar a proposição de uma pauta comum. Essa é a nova etapa do meu trabalho até o final do ano”, disse Genro. Sobre a composição do novo ministério de Lula, Tarso apenas adiantou que o presidente vai conversar pessoalmente com os partidos políticos para que possa, baseado numa postura democrática, construir e apresentar sua nova equipe de trabalho até dezembro deste ano. Perguntado se teria levado “bronca” do presidente Lula por ter falado com jornalistas no “fim da era Palocci”, em referência à política econômica do ex-ministro da Fazenda, Genro respondeu: “Sobre isso, eu já havia dito que não levei bronca nenhuma, talvez eu até merecesse”, brincou. A declaração de Tarso, feita no último domingo (29), gerou repercussões negativas no mercado financeiro.