Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - O frio de 8 graus não afastou os interessados em assistir ao desfileda independência na capital paranaense. Segundo cálculo da PolíciaMilitar, cerca de 15 mil pessoas presenciaram o desfile, entre elas ogovernador em exercício, Hermes Brandão.Participaram da marchaaproximadamente oito mil alunos das redes estadual e municipal deensino, 4.300 homens do Exército e mais quatro mil representantes deigrejas e entidades diversas, além de policiais civis e militares.As comemorações começaram com a chegada do Fogo Simbólico da Pátria, conduzido pelo soldado Geison Rodrigo, vencedor da 69º Corrida do Facho. Logo depois, a Liga da Defesa Nacional entrou na avenida com a Bandeira Nacional e, em seguida, teve início o desfile.Tambémhoje (7), cerca de mil manifestantes, representando movimentos sociais,pastorais e sindicatos, participaram, em Curitiba, do Grito dosExcluídos. De acordo com Gustavo Erwin, da Coordenação dos MovimentosSociais (CMS), a 12ª edição do Grito dos Excluídos traz a população àsruas para discutir as mudanças políticas, econômicas e sociais de que oBrasil precisa. Erwin disse que uma das principais reivindicações do movimento é aurgência para reverter o leilão da Vale do Rio Doce. Segundo ele, aVale foi vendida em 1997 “por um preço irrisório, num consórcioencabeçado pelo banco Bradesco, que arrematou a empresa por R$ 3bilhões, o mesmo valor que o banco teve de lucro no primeirosemestre”. Para Erwin, a Vale tem que voltar para o patrimôniobrasileiro. Ele ressaltou que são três os principais eixos de discussão e reivindicação: Denunciar o modelo econômico vigente, que prioriza poucos; tornar públicas as conseqüências dessa má distribuição; e propor alternativas, como por exemplo a implementação de um plebiscito para decidir questões mais polêmicas de interesse nacional, como prevê a Constituição.