Lana Cristina
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Com a aprovação da Timemania, hoje (5), na Câmara dos Deputados, os clubes de futebol passam a ter 180 meses (15 anos) para quitar suas dívidas com o governo. Para o deputado Gilmar Machado (PT/MG), relator do projeto da Lei de Incentivo ao Esporte, "os clubes podem ficar tranqüilos, podem voltar a investir na base e, ao mesmo tempo, garantir a manutenção de atletas de destaque, para que os nossos campeonatos sejam mais fortes e organizados”.Machado disse esperar que em janeiro de 2007 a Caixa Econômica Federal esteja oferecendo a nova loteria como forma de aposta – o projeto segue agora para sanção presidencial. O apostador terá que escolher 10 dos 80 clubes das três divisões do futebol brasileiro e, caso todos vençam suas partidas, ganha o prêmio máximo. Haverá também a opção de apostar no “Time do Coração”, uma maneira de o torcedor ajudar seu time a ganhar mais recursos: quanto maior o número das apostas, mais o clube recebe. O deputado alertou, no entanto, para o fato de que os times só começam a receber recursos depois de quitadas as dívidas e também para a obrigatoriedade da prestação de contas. “O abatimento começa a valer assim que a lei for sancionada, mas como é um recurso público, o movimento financeiro dos clubes terá que ser analisado pelo Tribunal de Contas da União. Eles deverão saber claramente o que podem e o que não podem gastar", explicou. Segundo Machado, o governo terá três meses para editar uma resolução especificando o que pode ser gasto com os recursos da Timemania. As dívidas dos clubes de futebol são estimadas em R$ 900 milhões. Faltam pagamentos ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) e à Receita Federal (Imposto de Renda), e o recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). A expectativa da Caixa é arrecadar R$ 500 milhões anualmente com a Timemania. Os recursos serão distribuídos da seguinte forma: 46% para o prêmio, 25% para os clubes que aderirem à loteria, 3% para o Fundo Penitenciário Nacional, 1,5% para as secretarias de Esporte estaduais e do Distrito Federal, 1% para a seguridade social e o restante para o custeio da Timemania e para projetos sociais do ministério do Esporte. A Confederação Brasileira de Clubes também receberá um percentual, o que, na opinião do relator da Lei de Incentivo ao Esporte, servirá para investimento em atletas que treinam nos clubes sociais. “A Timemania é o primeiro passo para chegarmos a uma boa lei de incentivo ao esporte”, acrescentou o deputado.