Aline Beckstein
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A epidemia de Aids tem um impacto econômico de cerca de 0,9% do Produto Interno Bruto (PIB) de países com taxas de prevalência do vírus HIV entre 5% e 35%, de acordo com pesquisa da Organização Internacional do Trabalho (OIT). A constatação, segundo o coordenador da unidade de Prevenção do Programa de DST/Aids, Ivo Brito, "é um alerta para que governos e também empresas invistam na prevenção". Durante seminário internacional sobre os Objetivos do Milênio definidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), Brito representou o Ministério da Saúde e lembrou que a pesquisa "mostra como a epidemia compromete os esforços de economias como a da África do Sul, que tem uma taxa de crescimento parecida com a do Brasil e onde a taxa de prevalência do vírus está entre 15% e 20%". Ele acrescentou que "governo e empresas estão perdendo mão-de-obra qualificada em setores dinâmicos da economia". A pesquisa envolveu 41 países em desenvolvimento, cujas perdas estimadas estão em torno de R$ 17 bilhões por ano. A projeção até 2020 é de que o impacto chegue a US$ 270 bilhões. No Brasil, a taxa de prevalência da Aids está em 0,6, o que segundo Ivo Brito "caracteriza uma epidemia concentrada, não chegando a ter impacto sobre o crescimento econômico".Ivo Brito enfatizou a necessidade de controle da epidemia e citou dados da Organização Mundial de Saúde que indicariam o Programa de Acesso Universal ao Tratamento da Aids brasileiro como responsável por quase 70% da cobertura de anti-retrovirais na América Latina. Segundo ele, atualmente o programa distribuiu medicamentos a 170 mil pessoas.