Parlamentares comemoram mobilização para aprovação de voto aberto

05/09/2006 - 21h29

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Parlamentares queparticiparam de mobilização pela aprovaçãoem primeiro turno da proposta de emenda constitucional que acaba como fim do voto secreto no Congresso Nacional. De um total de 387votantes no plenário, 383 foram favoráveis e quatro seabstiveram. Agora, texto será votado em segundo turno e,depois, também segue para dois turnos no Senado Federal.Segundo o autor da PEC,deputado Luiz Antonio Fleury (PTB-SP), a aprovação foiimportante porque demonstrou unanimidade. “Espero que o segundoturno seja logo. O importante é que houve unanimidade no quediz respeito à votação da PEC. Teremos umatransparência maior nas votações da Câmarae do Senado. E o eleitor vai poder acompanhar o voto do seu deputadoe do seu senador em toda e qualquer votação”,explica.O deputado JúlioDelgado (PSB-MG), co-autor da proposta e integrantes da FrenteParlamentar do Voto Aberto, classifica a decisão como umavitória da sociedade. “É uma conquista da Câmarae da sociedade. Agora, com o voto aberto, nossa esperança éque tenhamos um parlamento mais digno e nenhum tipo de manipulaçãoque acontecia nos casos de votações dos processos decassação com voto secreto”, diz.Delgado lembrou do fatode vários parlamentares investigados no caso do “mensalão”e da compra superfaturada de ambulâncias terem votado a favorda proposta. “Foi até engraçado. Muitos mensaleirosvotaram favoravelmente e comemoram o resultado. Até porque osseus processos já passaram. A pressão da sociedade foimuito grande, levando muitos parlamentares acusados de envolvimentocom a máfia das ambulâncias a votarem a favor damatéria”, resume.Para o relator da PECna comissão especial, deputado José Eduardo Cardozo(PT-SP), a aprovação foi uma vitória, mas asociedade precisa continuar pressionando o Congresso para as próximasvotações. “Foi uma vitória importante dasociedade brasileira. A democracia e o povo é que ganharam comessa votação. No entanto nada está decididoainda. Foi a primeira votação na Câmara. Aindatem mais duas no Senado. A opinião pública devecontinuar pressionando e cobrando. Se a sociedade deixar de prestaratenção, podemos ser derrotados”, afirma.