Shirley Prestes
Repórter da Agência Brasil
Porto Alegre - As noites frias de hoje (5) e ontem no Rio Grande Sul e a ocorrência de neve em várias regiões do estado fizeram com que moradores de rua lotassem os abrigos municipais. Na capital gaúcha, hospitais e albergues estão cheios. Ontem, pela primeira vez desde 1984, nevou em Porto Alegre, onde a temperatura chegou a 3,8 graus.A meteorologia alerta a população para temperaturas ainda mais baixas ao longo da semana. A quarta-feira promete ser gelada, com temperaturas negativas. Também há previsão de geadas até quinta-feira. Neste ano, as primeiras incidências de neve no Rio Grande do Sul começaram ontem, perto do meio-dia, nas cidades serranas de Caxias do Sul e São Francisco de Paula. Segundo relatos de moradores, também nevou em Santa Maria, Arvorezinha, Farroupilha e Fontoura Xavier. A MetSul Meteorologia confirmou a ocorrência de neve em flocos, e não apenas grãos de gelo (neve granular ou pelotas de neve), em mais de 50 municípios, mas acredita que o fenômeno tenha se produzido em um número ainda maior de localidades.Segundo o meteorologista-chefe da entidade, Eugenio Hackbart, a última vez que os gaúchos testemunharam precipitação de neve tão generalizada foi há doze anos. Ele disse que o dia 4 de setembro de 2006 entrou para a histórica climática do Rio Grande do Sul “pela mais abrangente precipitação de neve em território gaúcho desde 8 de julho de 1994”.Em Porto Alegre e em outras cidades metropolitanas, ele diz que a ocorrência foi de neve granular. “A meteorologia registra inúmeros tipos de neve e de precipitação de gelo, além da clássica forma de cristais, que, quando vistos de perto, mais parecem estrelinhas”.Em Santa Catarina, nevou em São Joaquim, Lages, Urupema, Urubici, Bom Jardim da Serra e Painel. Já no Litoral Norte gaúcho, mesmo com a redução da ressaca, nesta terça-feira, a Marinha está desaconselhando a navegação, devido a altura das ondas, que variam entre três e seis metros. Segundo a Estação Hidrometeorológica de Imbé, a água do mar baixou, mas ainda impede o trânsito em vários pontos. Ontem, a região registrou a maior ressaca dos últimos 12 anos, com o mar avançando sobre ruas e calçadas.