Três policiais federais são condenados por roubar dinheiro ilegal apreendido

24/08/2006 - 12h14

Aécio Amado
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Justiça Federal do Rio de Janeiro condenou os policiais federais acusados de roubar o dinheiro apreendido na Operação Caravelas. Os mais de R$ 2 milhões em dólares, euros e reais, foram roubados de dentro das dependências da Superintendência da Polícia Federal do Rio de Janeiro, no dia 18 de setembro do ano passado. Fábio Marot Kair, Ivan Ricardo Leal Maués e Marcos Paulo da Silva Rocha receberam penas que totalizam mais de 24 anos de prisão. A sentença da juíza da 8ª Vara Federal Criminal, Valéria Caldi Magalhães, foi proferida no dia 19 de julho. Na mesma sentença, a juíza também condenou o informante de polícia Ubirajara Saldanha Maia a 6 anos por participação no crime. O informante, no entanto, teve a pena reduzida por ter colaborado para o esclarecimento do roubo e recuperação de parte do dinheiro. A juíza Valéria Caldi Magalhães decretou ainda a perda do cargo público para os três policiais federais. “O que se espera de um policial é que ele combata o crime e não que faça dele o seu mister”, disse a juíza, na sua sentença. Ela ressaltou ainda que "fatos como este contribuem para a deterioração da imagem já combalida das instituições públicas, fazendo passar para a sociedade uma sensação de descrédito, desprestígio e impunidade que contaminam o sentimento de cidadania e solidariedade que deveria impregná-la". De acordo com a assessoria de imprensa da Superintendência da Polícia Federal, a decisão da juíza de também determinar na sentença a perda do cargo vai acelerar o inquérito administrativo para a exoneração dos três agentes. A Operação Caravelas desarticulou, no ano passado, uma quadrilha de tráfico internacional de cocaína que enviava a droga para o exterior em bucho de boi congelado. Durante a operação, os policiais federais recolheram numa das casas dos acusados mais de R$ 2 milhões em dólares, euros e reais. O dinheiro foi guardado no cofre-forte da Superintendência da Polícia Federal, de onde foi roubado. Outro agente federal acusado pelo Ministério Público de ter participado do plano para roubar o dinheiro apreendido na Operação Caravelas, Marcelo Augusto Pimenta Setta, teve o seu processo desmembrado e será julgado separadamente em outra data.