Shirley Prestes
Repórter da Agência Brasil
Porto Alegre - O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupounesta quinta-feira (24), com cerca de 100 famílias, a Fazenda Palermo, em SãoBorja, na fronteira oeste do Rio Grande do Sul. Segundo o movimento, a área de1,25 mil hectares já foi desapropriada e teve seu valor estabelecido pelaJustiça, só faltando ao governo do estado liberar o recurso.Nilton César, da coordenação estadual do MST, disse que oobjetivo da ocupação é “apressar o processo de desapropriação e pressionar o governodo estado a efetuar a compra da área”. Segundo ele, “há cerca de dois anos oInstituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) transferiu ao estadoa verba para a compra da área, o que até agora não foi feito”.O secretário estadual da Reforma Agrária, Lademiro Dors,informou que a ocupação da fazenda pelos integrantes do MST não prejudicará oprocesso de desapropriação do imóvel. Segundo ele, “apesar de o decreto quedeclarou a propriedade de interesse social ter sido editado em 2001, o processonão foi concluído, devido a discussão judicial sobre o valor da área”. Dorsdisse ainda que tão logo saia a decisão da Justiça sobre o valor, o estadotomará posse da fazenda, destinada ao assentamento de cerca de 50 famíliasacampadas no município.O MST informou que as famílias que ocuparam a fazenda sãooriundas de um acampamento nas proximidades do local, onde vivem há um ano etrês meses esperando a liberação da área. Policiais militares garantem a segurança no local e negociama retirada do grupo.