Especialistas lançam resumo sobre melhores formas de avaliar a pobreza

24/08/2006 - 16h05

Norma Nery
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - As ações desenvolvidas pelos países para alcançar o compromisso de reduzir à metade o nível de pobreza no mundo até 2015, estabelecido  pela Organização das Nações Unidas (ONU) nas Metas do Milênio, tem agora um instrumento de apoio para a verificação da evolução dos resultados obtidos, com dados que podem ser comparados internacionalmente.O Grupo do Rio, formado por especialistas de várias nacionalidades em estatística sobre pobreza, lançou hoje (24), no Rio de Janeiro, o “Compêndio de Melhores Práticas em Mensuração da Pobreza”, durante seminário promovido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Criado em 1996,  por recomendação da Comissão de  Estatística da ONU, o grupo é presidido pelo IBGE e secretariado pela Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal). O presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes, explicou que o trabalho envolve um propósito político de comprometimento dos países em reduzir a pobreza com o suporte dado pelos institutos de pesquisas de oferecer ferramentas para fazer o acompanhamento dos programas adotados. “Como o compêndio é um projeto também nacional, acaba atendendo à propósito locais de governos que pretendem desenvolver políticas públicas no sentido não só de reduzir a pobreza, mas de diminuir o grau desigualdade e  melhorar o equilíbrio entre as regiões do país”, afirmou Nunes.Além do trabalho realizado no Grupo do Rio, o IBGE participa de uma comissão criada pelo governo brasileiro, que reúne representantes de diversos ministérios. O grupo estuda a criação de um indicador para medir a pobreza no país, que atualmente é avaliada pela renda. De acordo com o presidente do IBGE, o instituto não definirá exclusivamente o método que será adotado para essa avaliação da linha de pobreza, mas vai desenvolver novas pesquisas que sirvam de fonte primária para a constituição desse indicador.O trabalho de elaboração do resumo foi dividido pelos pesquisadores em cinco procedimentos: linha de pobreza absoluta, relativa, subjetiva, necessidades básicas ou privação(água/esgoto, habitação e saúde infantil) e combinação de linhas de pobreza  com privação. Os pesos para cada grupo mudavam nas estatística de um país para outro. Em alguns, se um dos itens não tivesse sido atendido, já servia de identificação para pobreza absoluta.O Grupo do Rio organizou sete encontros para elaborar o estudo com a participação de representantes de 23 países. O trabalho consistiu na  identificação de indicadores, metodologias e melhores práticas de avaliação do nível de pobreza mais praticados pelos países. Essas reuniões contaram com participações de representantes do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Organização Internacional  do Trabalho (OIT), Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico Paris 21 (OCDE), Organização Pan-americana de Saúde (Opas), Banco Mundial (BIRD), Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).