Criação de postos de trabalho não atende demanda por emprego, diz economista

24/08/2006 - 14h26

Cristiane Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O número de empregos criados na iniciativaprivada e também na administração pública não tem sido suficiente paraabsorver o contingente cada vez maior de pessoas procurando trabalho nopaís. A avaliação é do coordenador da Pesquisa Mensal de Emprego doInstituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Cimar Azeredo.

Olevantamento, realizado nas regiões metropolitanas de Salvador, BeloHorizonte, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo e divulgadohoje (24) no Rio, mostra que, em julho, havia 2,4 milhões de pessoasprocurando emprego, um aumento de 17,9% em relação a julho do anopassado. Na mesma comparação, o número de pessoas ocupadas cresceuapenas 2,1%.

Azeredo destacou que, no mêsde julho, houve queda no número de pessoas inativas, o que mostra queelas estão retornando ao mercado de trabalho. “A criação de vagas nãoatende a demanda dos que já estão desocupados, quanto mais para os queestão tentando retornar ao mercado de trabalho”, disse o economista.

Deacordo com a pesquisa, a taxa de desemprego nas seis maiores regiõesmetropolitanas do país ficou em 10,7% em julho e atingiu o maior níveldesde abril de 2005, quando havia ficado em 10,8%. Em relação a julhode 2005, a taxa subiu 1,3 ponto percentual. Na comparação com junhodeste ano, a alta de 0,3 ponto percentual foi considerada estável peloIBGE.Sobre a queda de 0,7% na renda do trabalhador, emcomparação com o mês de junho, Azeredo afirmou que deve servir dealerta, já que ocorre depois de cinco meses consecutivos de resultadospositivos. Na comparação com julho do ano passado, a renda dotrabalhador cresceu 3,4%.“A perda do poder de compra dotrabalhador, associada ao aumento da taxa de desemprego, podesignificar uma falta de dinamismo no cenário econômico, mas ainda temosque aguardar os resultados dos próximos meses para avaliar o que vaiacontecer no mercado de trabalho”, afirmou.A pesquisa mostra,ainda, que o emprego formal se manteve estável em relação a junho, mascresceu 5,1% na comparação com julho do ano passado. Segundo o IBGE, ataxa significa mais 408 mil pessoas com carteira assinada no mercado detrabalho. O número de trabalhadores sem carteira assinada, ou por contaprópria, apresentou estabilidade em ambas as comparações.