Carga tributária em 2005 chega a 37,37% do PIB

24/08/2006 - 17h38

Edla Lula
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A carga tributária no Brasil atingiu, em 2005, 37,37% doProduto Interno Bruto (PIB). A parcela de arrecadação da União chegou a 26,18%,um acréscimo de 1,18 ponto percentual em relação ao ano anterior. O restantecorresponde aos impostos arrecadados por estados e municípios.De acordo com o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, apesar do aumentoda carga não houve aumento de impostos nem criação de novos tributos.“A carga tributária aumentou, mas de maneira saudável”, afirmou o secretário,ao admitir que o governo não conseguiu cumprir o compromisso de manter a cargatributária no mesmo patamar de 2002 (24,84%), conforme havia prometido o entãoministro da Fazenda Antonio Palocci.Na terça-feira, em entrevista exclusiva à Agência Brasil, o ministro daFazenda, Guido Mantega, já havia antecipado que não seria possível a Uniãoalcançar uma carga inferior a 25%.Rachid disse, no entanto, que está sendo cumprido “o compromisso de nãoaumentar impostos”. O secretário destacou ainda que, ao contrário de aumentar tributos,o governo promoveu medidas de redução que somaram quase R$ 20 bilhões entre2004 e 2006. Citou como exemplo alguns produtos da cesta básica, materiais deconstrução e bens de capital.Ele atribuiu esse crescimento principalmente à maior lucratividade dasempresas, que refletiu na arrecadação do Imposto de Renda e da ContribuiçãoSocial Sobre Lucro Líquido (CSLL). Rachid também atribui o aumento na arrecadação a melhor eficiênciana fiscalização econtrole dos impostos e o combate à sonegação.“O contribuinte que cumpria a sua obrigação tributária está pagando tributos namesma proporção que pagava anteriormente. Agora, os que não pagavam, essesestão tendo que pagar”. De acordo com Rachido espaço para sonegação hoje está muito reduzido e o risco de ser flagrado pelafiscalização, para quem deixa de pagar impostos, está muito grande.