Shirley Prestes
Repórter da Agência Brasil
Porto Alegre - Cerca de 800 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) voltaram a ocupar hoje (22) a Fazenda Guerra, em Coqueiros do Sul, no norte gaúcho. Desde 2004, essa é a sexta ocupação da propriedade e, segundo a direção estadual do movimento, "é uma resposta à morosidade dos governos federal e estadual na liberação de áreas para reforma agrária no estado”. O MST também defende a desapropriação da Fazenda Guerra, “um latifúndio de 9 mil hectares onde poderiam viver mais de 400 famílias sem terra”. Segundo as lideranças da ocupação, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) não cumpriu a meta de assentamentos acordada em agosto do ano passado. “Em quatro anos, apenas 320 famílias foram assentadas no Rio Grande do Sul. Já o governo do estado não assentou nenhuma família em quatro anos”, denunciam.Vanderlan Fagundes, um dos líderes do movimento, garantiu que os sem-terra não vão deixar o local se o governo não liberar terras para assentamento. Ele disse que o MST também protesta “contra as ameaças e humilhações sofridas pelos acampados na região norte do estado, por parte da Polícia Militar gaúcha”. Segundo o comando da Policia Militar na região, mais de 40 policiais monitoram a área. O Incra informou que existem nove áreas em processo de desapropriação no Rio Grande do Sul.