Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC 349/01) que acaba com o voto secreto na apreciação dos processos de cassação de parlamentares poderá ser incluída na pauta de votações do esforço concentrado da Câmara, na primeira semana de setembro. A previsão foi feita hoje (22) pelo presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que já pediu aos líderes partidários para tratar da matéria com suas bancadas. Para a matéria ser votada, no entanto, será necessário votar 20 Medidas Provisórias, que trancam a pauta, e alguns projetos de lei, que estão com urgência constitucional vencida.Aldo Rebelo disse que a PEC tem apoio político para ser votada, porque foi aprovada por unanimidade na comissão especial que analizou o seu mérito. "Sou favorável ao desmembramento da proposta para aprovar o dispositivo que estabelece o voto aberto na apreciação dos processos de perda de mandato. Votações secretas para outras matérias poderiam ficar fora da emenda", acrescentou.Hoje, integrantes da Frente Parlamentar Pelo Fim do Voto Secreto e da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas promoveram ato político no plenário da Câmara, contra a corrupção. Eles pediram a apuração das denúncias sobre as fraudes na compra de ambulâncias a preços superfaturados, com recursos do orçamento, e cobraram a votação da PEC que acaba com o voto secreto na apreciação de processos de cassação de parlamentares. Os integrantes da Frente querem a mudança no processo de votação esteja em vigor quando forem julgados, em plenário, os parlamentares acusados de participar do esquema de venda de ambulâncias.Ao deixarem a sessão, os parlamentares se reuniram com o deputado Aldo Rebelo para cobrar a inclusão da votação da PEC no esforço concentrado da primeira semana de setembro. "O voto secreto é um mecanismo regimental que esconde do povo as posições dos seus representantes", disse o deputado João Alfredo (Psol-CE). Para o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), a aprovação do voto aberto é uma necessidade urgente para evitar a "impunidade". Gabeira disse acreditar que há condições de desobstruir a pauta da Câmara e votar a PEC, em primeiro turno, no dia 5 de setembro.