Professor diz que é preciso reduzir tributos para baixar preço da energia elétrica

22/08/2006 - 20h22

Lourenço Melo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O professor Ivan Camargo, do Departamento de Engenharia da Universidade de Brasília (UnB) afirmou hoje que a conta de energia elétrica "precisa ser aliviada de impostos – é muito confortável onerá-la com tributos, pois a punição para quem não paga é muito severa”. Ele lembrou que cerca de 33% da conta correspondem a impostos e que “ao consumidor só resta reclamar e economizar”. Na opinião de Camargo, “a energia já está no limite de custo para o consumidor”. E segundo ele, “até mesmo o percentual que os consumidores da classe média pagam a mais, para subsidiar a energia fornecida à população de renda mais baixa, é onerado com ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços] por alguns estados”.   Para o professor, “todo mundo belisca um pouquinho” na conta de energia elétrica, onde são cobrados PIS/Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), para o governo federal; ICMS, para os estados; e o percentual de iluminação pública, que vai para os municípios. Ele defendeu redução na taxa básica de juros, “que permitiria também redução na conta de energia”. E acrescentou: “Todos concordam que o país precisa crescer, distribuir melhor a renda, mas antes precisamos crescer em infra-estrutura. Por isso é preciso também ter um ambiente propício para investimentos – o custo do risco nos investimentos também onera o preço final da energia fornecida ao consumidor”. Camargo lembrou ainda que com o racionamento de energia elétrica em 2001, os brasileiros aprenderam a economizar, mas alertou que é preciso buscar outras formas de, por exemplo, aquecer a água: “Usar esse insumo fantástico que é a energia elétrica para esquentar uma resistência é realmente aproveitar muito mal a energia elétrica”.