Agência Brasil
Brasília - Auditores daSubdelegacia Regional do Trabalho em Bauru, encontraram ontem (21) cerca de 430cortadores de cana trabalhando em condições subumanas e passando fome. Ostrabalhadores estavam em canaviais de Lençóis Paulista e Pederneiras, na regiãode Bauru, em São Paulo.
De acordo com a assessoria de imprensa do Ministério do Trabalho, no município de Pederneiras, 30 lavradores, agenciados naBahia, trabalhavam para a BR Prestadora de Serviço, que forneceria mão-de-obrapara a Usina São José, pertencente ao Grupo Zillo Lorenzetti, segundo denúnciada Federação dos Empregados Rurais Assalariados do Estado de São Paulo.
Oslavradores foram encontrados em pequenos cômodos, em condições precárias dehigiene, dormindo em colchonetes no chão, sem armários e recebendo pagamentosabaixo do salário mínimo.Os 400 cortadores de cana encontrados na Fazenda Velha,da usina Barra Grande, que pertence ao Grupo Zillo Lorenzetti, em LençóisPaulista, trabalhavam dez horas por dia e exerciam a atividade em totaldesacordo com a Norma Reguladora 31 (NR 31), que trata especificamente dagarantia dos direitos básicos dos trabalhadores rurais.Os fiscais exigiram o envio ainda ontem de dezcestas básicas aos alojamentos, com 22 quilos de alimentos cada, para seremdivididas entre os 30 lavradores. Para os cortadores de cana, o ministérioexigiu o pagamento das verbas rescisórias e da passagem de volta à Bahia.