Márcia Wonghon
Repórter da Agência Brasil
Recife - O desembargador Gustavo Augusto Rodrigues Lima, do Tribunal de Justiça de Pernambuco, indeferiu na tarde de hoje (22) o pedido de habeas corpus impetrado para obter o relaxamento da prisão do coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Jaime Amorim. O pedido havia sido impetrado por advogados da organização não-governamental Terra de Direitos e de entidades dos direitos humanos. Amorim fora preso ontem (21) por policiais militares, que o levaram para o Centro de Triagem de Abreu e Lima, na região metropolitana do Recife, quando retornava do velório do corpo de um integrante do MST, assassinado no domingo (20) dentro do acampamento Alto da Balança, no município de Moreno. No dia 4 de julho, o juiz Joaquim Pereira Lafayette havia decretado a prisão preventiva do coordenador nacional, executada somente ontem. A alegação do juiz para a prisão é a de que Amorim teria deixado de comparecer a uma audiência, onde deveria responder pela acusação de incentivo à depredação de patrimônio público, por ter participado de um ato de protesto conta a visita ao Brasil do presidente dos Estados Unidos, George Bush. "A prisão é necessária para garantir a ordem pública, uma vez que o acusado poderá colocar em risco a segurança de cidadãos de bem”, declarou o juiz. A defesa argumentou que a prisão é ilegal e que Amorim deveria responder ao processo em liberdade, por ter residência fixa e ser uma pessoa conhecida, de fácil localização. O desembargador solicitou ao juiz Lafayette o envio, ao Tribunal de Justiça, de explicações mais detalhadas sobre o processo. Amorim continuará preso e os advogados deverão definir, em reunião nesta noite, as estratégias que adotarão para conseguir a liberação dele.