Convênio pode permitir auto-suficiência do país na produção de hemoderivados até 2010

22/08/2006 - 10h36

Manoela Alcântara
Da Voz do Brasil
Brasília - Convênio firmado entre o Ministério da Saúde e a EmpresaBrasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobras) vai permitir que 160hemocentros recebam equipamentos para congelar e armazenar o sangue coletado dedoadores em todo o país.O objetivo é chegar à auto-suficiência na produção de plasmae hemoderivados no Brasil até 2.010. O convênio vai garantir a continuidade eexpansão de programas voltados a transfusão e aos hemofílicos e possibilitará aqualificação de 300 mil litros de plasma.Durante cinco anos, serão disponibilizados R$ 19 milhõespara a conclusão dos trabalhos.Para o presidente da Hemobrás, João Paulo Baccara, além degarantir a eficiência nas transfusões de sangue, o novo equipamento vaipossibilitar mais qualidade do plasma armazenado.“Para que o plasma tenha qualidade em excelência, de nívelinternacional, ele tem que ser congelado o mais rápido possível. A nossalegislação fala em seis horas após a coleta do sangue. Com os novosequipamentos, o plasma poderá ser congelado em 30 minutos. Isso assegura umaqualidade ao plasma, para o fracionamento, muito maior”, disse.Atualmente, o Brasil gasta US$ 130 milhões com a importação defatores sanguíneos que ajudam na coagulação do sangue de hemofílicos. Com oconvênio, os materiais devem ser produzidos no Brasil e destinados aospacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), com preço mais acessível.Baccara lembrou que para o bom funcionamento doprocesso é necessário manter a qualidade do serviço desde a coleta do sangue.“É como se fabricássemos um refrigerante. Para atingir o sabor desejado, quetodo mundo gosta, todas as etapas de trabalho tem que ser seguidasrigorosamente. A lavagem do vasilhame, a mistura dos componentes e é o que vaiacontecer com o plasma. Toda a cadeia que antecede o congelamento do plasma atéo fracionamento é importante”.