Candidatas têm dificuldades com financiamento de campanha, avaliam dirigentes de partidos

03/08/2006 - 14h20

Keite Camacho
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Mesmo com dificuldades paraatingir o número mínimo de candidatas mulheres para o parlamento, estabelecidopela lei eleitoral, os partidos vêm aumentando seu quadro de candidatas. O problemaé que o índice de eleição dessas candidatas ainda é baixo, na avaliação dospartidos. As dificuldades para obter financiamento para a campanha são um dos fatores apontados. “Houve um aumento de candidaturas femininas,que muitas das vezes não se concretizaram em mulheres eleitas”, diz Silvia RitaSouza, secretária executiva do PSDB Mulher. “A maior (dificuldade) é, semdúvida, a arrecadação de recursos para campanha.” Souza tem uma explicação cultural para essadificuldade: “A mulher foi criada num ambiente privado da família e o homempara o coletivo. A mulher não está acostumada a uma negociação e é difícil paraela arrecadar recursos para uma campanha.” A solução para o problema, na avaliação dela,passa por mudanças nas regras eleitorais.“É por isso que é importante para amulher que seja aprovada a lei de financiamento público de campanha.” Apesar das dificuldades, a secretária lembraque, pouco a pouco, o número de candidatas vem aumentando. “Em 2000, no Brasil,nós tivemos 70 mil candidatas a vereador e, em 2004, tivemos 76 mil. Houve umaumento de menos de 10%, mas houve um aumento”, diz ela. Como forma deincentivar as candidaturas, Souza conta que seu partido realiza cursos deformação política. Para a secretária de Inclusão Social do PT,Selma Aparecida dos Santos, mesmo com todas as dificuldades, as mulheres estãoalcançando seu objetivo. “O objetivo de um dia ser igual (aos homens) noparlamento, no país, no governo, na sociedade, no serviço público, em casa, emtodos os lugares”, disse.