Aline Beckstein
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A representante de Comércio dos Estados Unidos, Susan Schwab, disse hoje (29) que membros do senado norte-americano acreditam que países em desenvolvimento poderiam não se sentir “motivados” a avançar nas negociações da Rodada de Doha por estarem incluídos no Sistema Geral de Preferências (SGP). Por meio desse mecanismo, alguns países têm tratamento diferenciado nas negociações com os Estados Unidos, como, por exemplo, a redução de tarifas.A avaliação de Schwab foi feita em referência ao presidente da Comissão de Finanças do Senado dos Estados Unidos, Chuck Grassley, que esta semana sinalizou a possibilidade de retirar o Brasil e a Índia do SGP, com o argumento de que esses países estariam oferecendo obstáculos nas negociações de Doha.A inclusão de países no SGP é reavaliada constantemente, e, de acordo com ela, o governo norte-americano não está pensando em suspender o Brasil do mecanismo. “Esse sistema foi criado para que os países em desenvolvimento se tornassem mais competitivos. Estiveram incluídos Coréia, Taiwan, Hong Kong e Cingapura, mas, na década de 80, eles acabaram se graduando nesse programa", explicou. "Quando um país exporta muito um produto, fica claro que ele está graduado. Nós fazemos revisões técnicas de tempos em tempos, mas o governo Bush [do presidente George W. Bush] é a favor da prorrogação do sistema", disse, sem informar isso se estenderia ao Brasil. Schwab informou que as importações norte-americanas por meio desse sistema totalizam cerca de US$ 27 bilhões no ano passado. Desse total, um terço foi resultado da compra de produtos exportados pelo Brasil, Índia e Tailândia.