Lourenço Melo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente da Associação dos Comissários da Varig, Reinaldo Filho, informou hoje (29) que vários funcionários que comparecerem ao trabalho neste sábado no Rio de Janeiro, onde está localizada a associação, já receberam avisos de demissão.“Outros sequer puderam ir trabalhar porque estão sem dinheiro até para sair de casa", disse. Segundo ele, o atraso no pagamento dos funcionários chega a quatro meses.Para evitar as demissões, ele defende a intervenção da Agência Nacional da Aviação Civil (Anac). "Como agente do poder público encarregada de regular o setor, ela deve ter em vista não apenas a ilegalidade das demissões como também o não pagamento dos direitos dos servidores". A estimativa, de acordo com ele, é que o desligamento dos funcionários seja maior no Rio de Janeiro, "onde deve ter uma demissão maciça”, já que a VarigLog [que comprou a Varig no leilão da companhia] resolveu concentrar os vôos em São Paulo. No Rio, a companhia está parada”, afirmou.Na próxima quinta-feira (3), a categoria pretende fazer uma assembléia na Associação Brasileira de Imprensa (ABI) para discutir as questões trabalhistas. Uma das críticas dos funcionários apontadas por Filho é sobre a proposta que prevê o pagamento do passivo trabalhista da Varig com os créditos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviço (ICMS). “Crédito de ICMS não é moeda, não é aceito no supermercado, onde o servidor precisa fazer compras. O pagamento em título, proposto no passado pelos funcionários, não foi aceito, mas é mais real do que o crédito de ICMS”, ponderou.Ele disse, ainda, que muitos funcionários terão dificuldade em se acomodar no mercado de trabalho, pois estão capacitados para trabalhar em aeronaves que não existem em outras companhias, como os jatos 777, 757 e 767, usados pela Varig. As outras empresas, segundo ele, aéreas operam com aeronaves 737 e Airbus.