Pronaf prorroga pagamento de empréstimo que vence na segunda-feira

29/07/2006 - 13h35

Keite Camacho
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os agricultores que contraíram empréstimos de investimentopara o cultivo de arroz, milho, feijão, soja, trigo e mandioca ou criação de gado leiteiropelo Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf), e estão com asprestações do financiamento vencidas ou vencendo até esta segunda-feira (31),têm o prazo prorrogado automaticamente para o final do contrato. Isso valetambém para os assentados da reforma agrária. As culturas beneficiadas apresentaram problemas, como a queda de preço.  “O governo decidiu que é automático. Ele (agricultor) nemprecisa se apresentar ao banco. As prestações dos financiamentos em que acultura principal, a cultura geradora de renda, é arroz, milho, feijão, soja,trigo, mandioca ou gado leiteiro, têm suas prestações alongadas para o fim docontrato”, anunciou o gerente-geral de Financiamento à Produção Rural doMinistério do Desenvolvimento Agrário, João Luiz Guadagnin.“O real está valorizado e boa parte dos produtos são cotadosa preços internacionais. Então, o agricultor perde dinheiro. Por isso, para osempréstimos de investimento, devido à queda de preço e dificuldade depagamento, o governo decidiu dar mais um tempo, jogando a prestação para ofinal do contrato, quando o agricultor terá mais condições para efetuar opagamento. Em função dessa queda de preço é que o governo decidiu apoiar osagricultores e dar ainda um bônus de adimplência para os financiamentos decusteio”, explicou.Para essas culturas o bônus de adimplência para empréstimosde custeio, como a compra de insumos e sementes, varia de acordo com o produto.Para o arroz, o bônus é de 30%. Já para o leite, que tem o menor desconto, obônus é de 12%. Isso só vale para quem pagar no prazo. “Os financiamentos vencidos e que vencem no próximo dia 31 têmque ser pagos nesta data para se beneficiarem do bônus. E aqueles que vencem dodia 1º de agosto em diante, devem ser pagos até o dia de vencimento para ter obônus de adimplência”, informou Guadagnin. Para os agricultores familiares das demais culturas e mesmoos patronais, não há bônus para o pagamento e o prazo para discutir aprorrogação da dívida se encerra nesta segunda-feira, alertou Guadagnin. Ele lembrou que esses agricultores devem se apresentar aobanco onde obtiveram o financiamento. Terão ainda que formalizar um pedido eapresentar um laudo do técnico que os orienta, atestando os problemas paraobterem o alongamento da dívida.“Por exemplo, os agricultores que produzem fumo. Por váriasrazões, o preço que receberam nessa safra foi inferior ao que esperavam. Asindústrias de fumo trataram de fazer a classificação do fumo de uma forma maisrigorosa e a renda dos produtores do fumo ficou aquém do esperado. Por isso,estão com dificuldades para honrar os pagamentos dos financiamentos deinvestimento. Eles devem apresentar um laudo do técnico dizendo que enfrentaramdificuldades e que a renda auferida é menor que o esperado, necessitando que aprestação, que vencia em 2006, seja alongada para o final do contrato”,explicou.Guadagnin alertou que toda a vez que um agricultor alonga umfinanciamento está comprometendo a sua capacidade de tomar novos créditos. “Elediminui o espaço que ele tem para buscar novos financiamentos, pois vaidepender do que ele tem de renda estimada. Não pode ter um compromisso maiorque a sua renda. Além disso, ela já está comprometida com o financiamentoanteriormente dado”, disse.