Nelson Motta
Repórter da Agência Brasil
Brasília - “Esta é a primeira vez que um evento com essa característica reúne em um mesmo espaço governo e sociedade civil”, comemora a subsecretária de Ações Afirmativas da Secretaria Especial de Promoção de Políticas da Igualdade Racial (Seppir), Maria Inês Barbosa. Ela é uma das coordenadoras da Conferência Regional das Américas, que vai debater, até sexta-feira (28), ações afirmativas contra o racismo. Participarão do encontro 400 representantes de 35 países das Américas do Sul, Central, do Norte e Caribe.A conferência foi aberta hoje (26) no Palácio do Planalto com apresentações de rituais indígenas e africanos. O líder indígena da etnia terena, Marcos Terena, foi acompanhado por líderes espirituais e em seguida, as Yalorixás Mãe Railda, Mãe Marta (representantes da Nação Ketu) e da Valdina Pinto Makota da Nação de Angola, demonstraram ritos espirituais indígenas e ritos de religiões de matrizes africanas.“O combate ao racismo e à discriminação ganhou nova força depois da Conferência de Durban (3ª conferência mundial sobre o racismo, realizada em 2001, na África do Sul), quando foram criados 17 orgãos para combater o racismo na América Latina”, disse Maria Inês Barbosa. Ela afirmou que considera fundamental o papel do Estado brasileiro e da sociedade como promotores da retomada de uma agenda internacional em favor da igualdade racial no continente americano.A Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), vinculada à presidência da República, é responsável pela coordenação do evento, com apoio de um Grupo de Trabalho Interministerial. "Ao final da Conferência será divulgado um conjunto de recomendações e encaminhamentos para que as Nações Unidas recoloque em sua pauta as deliberações e desafios a serem enfrentados para a erradicação do racismo”, disse Barbosa.