Produtores de reserva extrativista do Amapá reivindicam plano local de manejo

26/07/2006 - 17h08

Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A elaboração de um plano de manejo da Reserva Extrativista (Resex) do Rio Cajari, no Amapá, é a principal reivindicação da Associação dos Produtores Agroextrativistas do Médio e Baixo Cajari. Para o presidente da entidade, Calixto Pinto de Sousa, o projeto Resex, implementado há dez anos pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), trouxe avanços importantes para a melhoria das condições de vida dos moradores da reserva nas áreas de saúde, moradia e educação. Segundo ele, a garantia do desenvolvimento sustentável da reserva passa pela implementação do plano, que deve ser feito pelo Ibama. Calixto afirma que, com a definição de regras mais claras, a população local poderá desenvolver atividades extrativistas com base em conhecimentos técnicos e não apenas práticos.“Você tem que ter um limite para o manejo dos recursos e estamos preocupados com isso porque temos compromisso com a conservação de recursos naturais e a preservação do meio ambiente. Temos consciência de que não é só a nossa geração que precisa sobreviver, as gerações que virão também vão precisar de recursos”.Ele diz cerca de 1,6 mil famílias vivem hoje na reserva. A principal atividade é a agricultura de subsistência, mas, segundo ele, muitos moradores estão conseguindo aumentar a renda vendendo o excedente da produção de mandioca, açaí, castanha, dentre outros produtos cultivados. O diretor de Desenvolvimento Socioambiental do Ibama, Paulo Oliveira, afirma que nenhuma das 48 reservas extrativistas existentes no país tem um plano de manejo. Segundo ele, em 2005 foi concluído o roteiro metodológico para a elaboração desses planos, que está sendo testado na reserva extrativista Chico Mendes, no Acre. A expectativa é que até o final deste ano estejam em elaboração 15 planos de manejo. Outro passo importante, no entendimento de Oliveira, é a criação dos conselhos deliberativos das reservas extrativistas, formados por representantes da comunidade e de órgãos ambientais. Até agora, apenas 15 reservas possuem esses conselhos, mas a previsão é chegar ao final de 2006 com 40 em funcionamento. “São duas demandas essenciais, que são os instrumentos de gestão, e nós estamos indo atrás disso”.