Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio - As medidas de desoneração das exportações anunciadas hoje (26) são "um bom começo", na opinião do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan. Entre essas medidas está a permissão para que empresas exportadoras deixem fora do Brasil parte dos recursos obtidos nas operações de venda de seus produtos. Um dos objetivos do pacote cambial é conter a desvalorização do dólar. “É uma medida de liberalização que aponta para o bom caminho de reduzir os custos das empresas exportadoras e que fazem investimento no Brasil”, afirmou o ministro. Ele ressalvou que o pacote não terá efeito no resultado deste ano da balança comercial, "mas nos investimentos, certamente, sim, porque muitas empresas que programam os investimentos vão estar no comércio exterior”.
Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que anunciou as medidas, o Conselho Monetário Nacional deverá aprovar o patamar de 30% para o depósito no exterior. Para Furlan, no entanto, o percentual ideal estaria entre 50% e 60%, embora os 30% sejam "um bom início para se poder avaliar com segurança – é mais fácil começar em um patamar menor e ir ampliando do que criar uma expectativa de um patamar maior e depois ter que fazer um ajuste para menos”.
O percentual em estudo, de acordo com Furlan, “é suficiente” para 70% das exportações do país, com base em levantamento feito pela Secretaria de Comércio Exterior do ministério. Ele lembrou que há um grande número de empresas exportadoras que importam um pequeno valor em relação ao total. E que a Medida Provisória prevê que o Conselho Monetário Nacional poderá chegar a até 100% para os depósitos no exterior, se for o caso.
Furlan destacou que as medidas ampliaram o que foi pedido pelos exportadores, porque permitem a compensação não só com importações, mas também com investimento no exterior.