Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O diretor de Desenvolvimento Socioambiental do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Paulo Oliveira, disse hoje (26) que a iniciativa para a criação de reservas extrativistas parte sempre de comunidades tradicionais.Ele explica que, inicialmente, a comunidade interessada encaminha ao Ibama um abaixo-assinado pedindo a criação da reserva. Depois, técnicos do órgão visitam a região para elaborar laudos ambiental, socioeconômico e fundiário, sempre em parceria com os representantes da comunidade.A criação das reservas também envolve a realização de uma consulta pública. São ouvidos ainda órgãos como o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a Fundação Nacional do Índio (Funai) e a Secretaria do Patrimônio da União. Após essas etapas, a reserva extrativista federal é criada por decreto presidencial.Para a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, as reservas extrativistas são uma prova de que é possível conciliar o uso sustentável dos recursos naturais e a preservação ambiental. Segundo ela, as comunidades locais que vivem nessas reservas passaram a ser referência em relação à luta para a conservação da biodiversidade. “Tudo que mudou na Amazônia em termos da visão de desenvolvimento, de buscas por alternativas para promover o desenvolvimento que fizessem com que a floresta permanecesse em pé, da discussão sobre acesso a recursos genéticos, repartição de benefícios, autonomia das comunidades em relação aos seus conhecimentos tradicionais associados, tudo isso tem sido uma contribuição dessas comunidades".