Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O impasse que levou ao fracasso nas negociações da Rodada Doha entre as nações que fazem parte da Organização Mundial do Comércio (OMC) é uma má notícia para o setor industrial brasileiro. "A longo prazo, significa dificuldades para a exportações brasileiras", afirma a coordenadora da unidade de negociações internacionais da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Soraya Rosar.A expectativa do setor industrial, segundo ela, era de que se chegasse a equilíbrio entre as concessões e exigências feitas pelo Brasil. "A busca toda do setor privado é que houvesse equilíbrio, que não pagássemos um preço alto de abertura do setor industrial se não estivéssemos obtendo realmente algo substancial em troca. Estávamos dispostos a fazer um esforço de liberalização", explica. Para Soraya Rosar, a tendência agora é que haja uma proliferação de acordos regionais e bilaterais.Em nota divulgada na segunda-feira (24), a CNI afirma acreditar na possibilidade de que as negociações sejam retomadas. "Apesar da questão agrícola constituir o elemento crítico para o sucesso da rodada, o setor industrial brasileiro continua acreditando que é possível salvar as negociações e alcançar resultados equilibrados, com a melhora de acesso a mercados para os produtos exportados pelo o Brasil, eliminação das distorções nas regras comerciais, e a necessária flexibilização para acomodar as sensibilidades dos países em desenvolvimento".A Rodada Doha foi criada em 2001 com o objetivo de promover a abertura do mercado global especialmente aumentar a participação dos países em desenvolvimento no comércio exterior. A partir de 2003, quando os temas agrícolas e industriais foram introduzidos nas discussões, a rodada travou.O nó está na proposta de redução dos incentivos internos aos produtores agrícolas e redução das tarifas aplicadas por cada país para a entrada de produtos agrícolas e industrializados em seus mercados.