Cristina Índio do Brasil
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito queinvestiga a compra irregular de ambulâncias com emendas do Orçamento (CPMI dosSanguessugas) já decidiu que o prazo para o fim dos trabalhos é o dia 16 deagosto.A informação é do presidente da comissão, deputadoAntônio Carlos Biscaia (PT/RJ). Ele esclareceu, no entanto, que ainda hádúvidas se o relatório será apresentado no início do mês, entre os dias 8 e 9,ou se nos últimos dias do prazo determinado.“Vai depender da agilização das diligências, queavançam bem. Já temos o quadro de todos os parlamentares, vamos analisar osargumentos por eles aduzidos, restam ainda os argumentos de 33. A CPMI vai sereunir para definir entre os 90 parlamentares quais são aqueles que devem serindiciados”, explicou o parlamentar em entrevista ao Programa Notícias daManhã, da Rádio Nacional.Biscaia considerou “impressionante” o número deparlamentares envolvidos. Segundo ele, no início dos trabalhos não se podiaimaginar que pelo menos 90 deles, em exercício, iriam merecer algum tipo deexplicação e investigação, sem contar com outros cerca de 20 ex-parlamentaresque também estariam envolvidos.“Entre 110 e 115 parlamentares é um número queimpressiona e, embora, este envolvimento ainda não esteja comprovado, toda aestrutura da quadrilha já está bem definida e é, além de impressionante,revoltante, porque objetivava lucros e desvios de recursos públicos na área dasaúde”.De acordo com Biscaia, no momento da campanha oscandidatos podem procurar e receber financiamento privado, que devidamentedeclarados são permitidos por lei, mas ressaltou que não podem representarligações com a atuação do eleito no Congresso.“São empresas que apóiam a candidatura, mas isso nãopode significar de forma alguma um tipo de vinculação ou de representação paradefender aquele segmento de maneira escusa, principalmente, apresentar asemendas que iriam beneficiar a empresa”, definiu.Quanto ao caso do senador Magno Malta (PL/ES), opresidente informou que no primeiro momento o depoimento do empresário LuizAntônio Vedoin (sócio da Planam) não era suficiente para comprovar aparticipação do senador. O senador está sendo investigado porque teria recebidoum carro da Planam, uma das principais envolvidas na venda superfaturada deambulâncias.Biscaia acrescentou que o documento do carro nãoestava em nome de Magno Malta e sim, de outro parlamentar do Mato Grosso, odeputado Lino Rossi (PP/MT). Ele ponderou, no entanto, que o próprio senadorfez declarações que podem comprometê-lo. “Na medida em que o próprio senadorpublicamente emite nota e diz que usou o carro é uma confissão de uma condutailícita indubitavelmente”, afirmou.