Integrantes da CPI dos Sanguessugas divergem sobre quebra de sigilos

24/07/2006 - 22h14

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A necessidade de quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico dos parlamentares, ex-parlamentares, assessores e de outras pessoas supostamente envolvidas com o esquema de compra de ambulâncias a preços superfaturados, por meio de emendas parlamentares, não é defendida por todos os integrantes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas. O vice-presidente da CPMI, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), e outros parlamentares da comissão apresentaram hoje (24) requerimento para a quebra dos sigilos de todos os citados no depoimento do empresário Luiz Antonio Trevisan Vedoin, sócio da Planam, uma das empresas que operavam o esquema. O sub-relator de Sistematização, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), disse que a quebra dos sigilos não é necessária para a apresentação do relatório até o dia 18 de agosto. "Para fazer as investigações e apresentar o relatório existem outros elementos de convicção, evidenciando a participação de parlamentares no esquema", informou. Sampaio acrescentou, no entanto, que a quebra dos sigilos dos proprietários e funcionários da Planam é importante nesse momento, "para a gente fechar o cerco em relação às provas que vão determinar de fato o envolvimento ou não do parlamentar no esquema de corrupção".O deputado, que hoje recebeu da Polícia Federal cópias de transcrições das conversas telefônicas, informou que em alguns desses documentos existem referências expressas a pagamentos. Outros, segundo ele, referem-se a conversas para marcar encontros. A Comissão, informou, trabalha também com outros elementos, como a apresentação das emendas, a referência no livro caixa da Planam e nas planilhas dos computadores da empresa, e também as senhas fornecidas para uma funcionária da empresa, Maria Estela. "Existe um conjunto de elementos que, somados, vão identificar de fato a participação ou não do parlamentar no esquema", disse.