Especialistas em segurança discutem até quinta-feira o uso de armas não-letais

24/07/2006 - 23h14

Juliane Sacerdote
Da Agência Brasil
Brasília - O uso de armas eletromagnéticas, do gás lacrimogêneo, de balas de borracha e spray de pimenta, entre outros equipamentos, está em discussão em Brasília até quinta-feira (27) no 1º Seminário Internacional de Tecnologias Não-Letais. Essas armas, segundo o coordenador do comitê gestor do Parque Tecnológico de Segurança e Defesa, Pedro Schneider, que participa do encontro aberto hoje (24), servem apenas para neutralizar a pessoa, a fim de que a polícia possa agir depois, de forma adequada. Schneider informou que o uso desse tipo de tecnologia é comumente visto em países europeus e nos Estados Unidos. "No Brasil, grupos especiais da polícia já utilizam algumas formas, mas o processo ainda é iniciante", disse, ao destacar que está sendo discutida a possibilidade de "a polícia ser mais eficaz e menos mortal, respeitando o agressor e usando a força de forma gradual".Segundo Antônio Geraldo Mendes, que preside a Fundação Polícia Federal, uma das promotoras do encontro, a utilização de armas capazes de apenas neutralizar o agressor seria uma maneira de reduzir a violência, tanto nas ruas quanto nos presídios. "Entre as vantagens oferecidas por essas armas está o controle de motins e rebeliões, além da vigilância interna dos presídios brasileiros de forma mais profissional. O transporte de presos também poderia ser facilitado", disse, ao enumerar as vantagens oferecidas pelas armas não-letais.Na opinião do secretário Nacional de Segurança Pública, Luiz Fernando Corrêa, a aquisição de equipamentos com essa tecnologia não será o único fator capaz de dar mais eficácia às ações policiais. "O nosso desafio é introduzir a cultura, a rotina do uso dessas armas na polícia brasileira, mas com comportamento, uma conduta adequada por parte desses profissionais de segurança", afirmou. E defendeu a necessidade de treinamento dos agentes. O porte de armas não-letais é exclusivo das forças policiais e essa é uma das questões em debate no seminário, que inclui exposição de diferentes equipamentos. Também promovem o encontro o Departamento de Polícia Federal, a Secretaria Nacional de Segurança Pública e o Departamento Penitenciário Nacional.