Cristina Indio do Brasil
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro (Brasil) - Israel cobra do governo libanês o cumprimento da resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) que obriga o país a ocupar e controlar militarmente todo o seu território, “coisa que o Líbano não tem feito ainda”, disse o professor e pós-graduando em História pela Universidade de Brasília (UnB), Anderson Batista Melo.Melo esclareceu, em entrevista ao Programa Notícias da Manhã, da Rádio Nacional, que este comportamento do governo libanês não se dá por ineficácia ou por uma predisposição. Ele lembrou que o Líbano passa há muito tempo por ocupações, tanto israelense como Síria. “O Líbano passou 15 anos de guerra civil, de 1975 a 1990. É um país que tenta se reorganizar. É triste ver que o Líbano estava florescendo, voltando a ser a 'Suíça do Oriente Médio'. De repente se vê novamente grandes ataques contra o Líbano. O Líbano não tem como lidar com o Hizbollah e ao mesmo tempo proteger as suas fronteiras dominar todas as suas áreas”, analisou.A presença do Hezbollah no sul do Líbano, atualmente é um dos grandes empecilhos para o desenvolvimento da política de Israel na região, avaliou. Para ele, este é o motivo dos ataques de Israel às bases do Hezbollah, no Líbano. “É claro que é desproporcional, mas foi o pretexto que Israel encontrou para atacar as bases no sul do Líbano e se livrar do Hezbollah, que tem sido um dos grupos terroristas que mais têm efetivado ataques internos contra cidadãos israelenses”, informou.De acordo com o especialista, o Hizbollah está mais organizado e tem uma institucionalização. "Parece que se está falando de um grupo, mas é também um partido oficial dentro do Líbano, com cadeiras dentro do parlamento libanês. Como partido e instituição legitimada, consegue negociar com outros países da região, que também são contra Israel, obtendo desses governos apoios e subsídios para manter a sua política belicista e terrorista”, afirmou.