Márcia Wonghon
Repórter da Agência Brasil
Recife - Na cidade de Deir-rantar, no sul do Líbano, os prédios de cincoandares foram totalmente danificados. As autoridades israelenses começaram apedir às pessoas que abandonassem a região sul do Líbano, justificando quehaveria uma invasão por terra, o que causou ainda mais tensão entre a populaçãolocal. Além de faltar água, energia, medicamentos e alimentos, a ajudahumanitária, enviada em caminhões, não chega até as vítimas do confronto. "Elesestão bombardeando caminhões porque acreditam que possa haver armas escondidasna carga”. O relato foi feito pelolibanês naturalizado brasileiro, Ali Said Shaito, de 66 anos um dos integrantesdo segundo grupo resgatado do Oriente Médio pela Força Aérea Brasileira, em umaoperação coordenada pelo Itamaraty. Para ele, a situação de confronto é“preocupante”, porque Israel tem exército que atua por terra, ar e mar enquantoo Líbano só dispõe de cerca de 20 mil soldados para fazer a segurança do país.Shaito desembarcou hoje pelamanhã no Aeroporto internacional dos Guararapes, na capital pernambucana, emcompanhia da esposa, Socorro Moreira, de 41, anos e dos três filhosadolescentes.Enquanto esperava vaga em umavião comercial para prosseguir viagem com destino a Belém, no Pará, onde vivea família da mulher, Shaito afirmou que se sente aliviado e ao mesmo tempopreocupado, já que trabalhava no setor de construção civil e aqui não teráemprego para sustentar a família. Ele relatou que fugiu de carro da cidadeDeir-rantar, no sul do Líbano, para Beirute, no oitavo dia de combates, porqueera arriscado sair antes.A brasileira Socorro MoreiraShaito, mulher de Ali Said, afirmou que escapar sem ferimentos da zona deconflito foi um sonho que se tornou realidade com ajuda do consulado brasileiroem Beirute. Ela agradeceu o apoio do governo brasileiro e disse que pretendevoltar com a família, assim que a paz no Líbano for restabelecida.