Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Os técnicos do Ministério da Saúde que estão em Campos (RJ) para apurar, em conjunto com a Secretaria de Saúde do município, as causas das mortes de cinco crianças nos últimos 45 dias com suspeita de hantavirose, consideram três possibilidades: infecção por chumbinho, tipo de raticida mais comum usado na região; hantavirose e leptospirose. Em duas residências vizinhas, onde moravam quatro das crianças que morreram, foram encontradas tocas e ninhadas de ratos e uma ratazana de 20 centímetros.No fim da tarde de hoje, a Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) divulga os resultados dos exames de sorologia para hantavirose realizados nos parentes e vizinhos das cinco crianças. “O diagnóstico só será definitivo, no entanto, com os resultados da análise das vísceras das vítimas, que pode levar até dois meses para serem concluídos”, informou o diretor do Centro de Controle de Zoonoses do município, Luis José de Souza.O diretor de Zoonoses de Campos acredita que as mortes tenham ocorrido por motivos distintos. “Podemos ter duas doenças diferentes. A primeira vítima, uma menina de sete meses, pode ter morrido por uma intoxicação, já que ela apresentou uma hiperglicemia, inexplicável, que acontece nesses casos. Além disso, um tio das crianças, de 12 anos, que morava na mesma casa, também se internou com intoxicação. Nos outros casos temos que considerar a leptospirose pulmonar, uma intoxicação, mas não afasto a possibilidade de ser hantavirose”, disse.Segundo Souza, todos os hospitais e postos de saúde de Campos estão em estado de alerta para a possibilidade de surgirem outros pacientes com sintomas semelhantes, que são insuficiência respiratória com vômitos, náuseas, tonteiras e parada cardio-respiratória. Ele informou ainda que a Secretaria Municipal de Saúde está realizando um mutirão com 200 agentes treinados em combate a roedores. Eles devem visitar nos próximos dias 250 mil residências em 90 bairros de Campos.