Monique Maia
da Agência Brasil
Brasília - A educação não é uma condição para prevenir a criminalidade, alertou hoje (13) o pesquisador da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) Marc De Maeyer, que participa em Brasília do Seminário Nacional pela Educação nas Prisões. "A educação é um instrumento para escolhas, para as pessoas poderem mudar suas atitudes", acrescentou.Do encontro, aberto ontem, também participam representantes de secretarias de Educação e de Administração Penitenciária dos 27 estados brasileiros, da sociedade e de organizações internacionais. Até amanhã (14), eles discutirão propostas para a elaboração de uma política nacional de educação nas penitenciárias de todo o país. Atualmente, a Unesco trabalha com a possibilidade de implementar a educação dentro das prisões. Segundo De Maeyer, não se trata apenas de ensinar o preso a ler e a escrever, mas de levar a educação para o cotidiano dele. “É uma educação mais específica para adultos e jovens que estão presos", disse. Representante, no Canadá, do Observatório Internacional de Educação em Prisões, Hugo Rangel acrescentou que a educação pode melhorar o nível de vida dos presos, "na medida em que eles se educam e se tornam melhores cidadãos”.
O pesquisador da Unesco lembrou que também cabe à sociedade pensar e ajudar a inserir novamente essas pessoas. E lamentou a falta de informações exatas sobre a realidade nas prisões. "Dos formulários enviados para vários países na tentativa de mapear e destacar as principais dificuldades na área de educação, recebemos apenas 80 respostas", informou De Maeyer. Na avaliação dele, no entanto, "o processo continua".