Desmatamento é maior ao longo das rodovias federais, aponta Sipam

14/07/2006 - 19h06

Thais Brianezi
Repórter da Agência Brasil
Manaus - O estudo divulgado hoje (14) pelo Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), que aponta que 3,2% da região sul do Amazonas, o equivalente a 12.445 quilômetros quadrados, já foram desmatadas, revela também as causas gerais da destruição de florestas e savanas na área. “São fatores econômicos. É nítida a concentração do problema (desmatamento) ao longo das rodovias federais, nos locais onde há pecuária extensiva, exploração de madeira, plantação de grãos e grilagem de terras”, afirmou o gerente do Sipam em Manaus, Luciano Laybauer. São três rodovias federais que passam pelo sul do estado, na fronteira do Amazonas com Mato Grosso, Rondônia e Acre: a BR-230, também conhecida como Transamazônica; a BR-319, ou rodovia Manaus-Porto Velho; e a BR-317, que liga o sul do estado ao sudoeste do Acre. “Além das estradas oficiais, a gente observa nas imagens (de satélite) muitos ramais abertos na mata sem autorização do governo”, denunciou. Dados do Instituto de Desenvolvimento Ambiental do Amazonas (Idam), relativos a 2005, revelam que a área plantada de soja, milho, arroz e feijão é de 246 quilômetros quadrados, mais da metade dos 410 mil quilômetros quadrados cultivados todo o estado. “A pecuária também está presente. O Amazonas todo tem 1,2 milhão de cabeças de gado. No sul do estado, estão 500 mil”, informou Laybauer.