Realidade de presidiários mostra necessidade de novo método pedagógico, diz secretário carioca

13/07/2006 - 15h53

Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A proposta de levareducação para dentro dos presídios de 12 estadosa partir de agosto precisa considerar uma forma de ensino queconsidere a realidade dos detentos. Na avaliação docoordenador da área de educação da Secretaria deAdministração Penitenciária do estado do Rio deJaneiro, Elionaldo Fernandes Julião, entre os problemas queprecisam ser superados estão o despreparo dos professores paralidar com os presos em sala de aula e o método pedagógicousado por esses profissionais. "Muitas vezes sãoações são infantilizadas, porque sãoprofessores que não foram preparados para atuar dentro dosistema penitenciário, geralmente são formados paratrabalhar com crianças e porventura acabaram parando nosistema penitenciário", avalia o secretário.Por isso, de acordo comJulião, a formação dos professores e areformulação dos currículos são passosfundamentais para melhorar o ensino nas penitenciárias.Segundo ele, atualmente estão sendo capacitados 350profissionais no estado, dos quais 250 são professores. Ainiciativa faz parte do programa Educando para a Liberdade. "Estamosdiscutindo diretamente qual é o papel do sistemapenitenciário, o que é a educação dejovens e adultos, de que forma podemos desenvolver e implementarações e políticas para o sistema penitenciário",explicou. De acordo com o coordenador, o projeto serádesenvolvido no Rio de Janeiro até o final novembro.Como experiênciapiloto, o projeto vem sendo desenvolvido no Rio Grande do Sul, noParaná, em Tocantins, em Goiás, no Rio de Janeiro e noCeará, desde o final do ano passado. O Educando para aLiberdade é financiado pelos ministérios da Justiçae da Educação e desenvolvido em parceria governosestaduais.