Paulo Bernardo prevê mudança tributária para ajudar exportadores

13/07/2006 - 10h44

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro doPlanejamento, Paulo Bernardo, disse hoje (13) que a economia brasileira vive“momento especialmente positivo”, com crescimento e controle da inflação.Ressaltou também a força do comércio exterior, embora alguns setores comocalçadista e têxtil se ressintam da concorrência dos produtos chineses, quechegam ao mercado nacional mais barato que os produtos brasileiros.Em entrevista à Rádio Nacional AM, ele afirmou que se trata de um problemade difícil solução, uma vez que envolve competitividade internacional, e a issose soma também a valorização do real em relação ao dólar norte-americano, quedificulta a vida dos exportadores. O ministro lembrou, porém, que o governopode analisar facilidades tributárias para os setores mais prejudicados; masnão desceu a detalhes.De acordo com PauloBernardo o Brasil vive um conjunto de fatores positivos, que aconteceraramente, a começar pela geração de empregos e o crescimento da massasalarial, num ambiente de inflação controlada, que tende a diminuir e fechar oano abaixo da meta de 4,5%. Além disso, afirmou que o país está com as contasajustadas e tanto a dívida interna quanto a dívida externa “estão controladas ediminuindo”.Quanto à taxa básica dejuros (Selic), hoje de 15,25% ao ano - que continua sendo a mais alta dentre ospaíses emergentes - o ministro destacou que ela está caindo desde setembro doano passado. “De lá para cá a taxa já caiu 4,5 pontos percentuais e o BancoCentral deve manter o processo de redução”, disse ele, embora mencionando afaceta de cautela que tem caracterizado as posições do BC.Vale lembrar que o Comitêde Política Monetária (Copom) se reunirá nos próximos dias 18 e 19 (terça equarta-feira da semana que vem) para analisar possível calibragem dos jurospara baixo, e os economistas da iniciativa privada estimam nova queda em tornode 0,5%, de acordo com o boletim Focus que o BC distribuiu na últimasegunda-feira (10).Para o ministro “ainda somos uma referêncianegativa” no tocante à taxa de juros, muito alta para os padrõesinternacionais, mas “se pegarmos o crédito para as empresas e a taxa de jurosde longo prazo (TJLP), veremos que todas elas estão declinando, e a TJLP atual,de 7,5%, é a mais baixa da história”. Condições que, segundo ele, se somam aocrédito consignado em folha de pagamento, que cobra metade dos juros do créditopessoal, uma vez que oferece menos risco.