Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O volume de crédito na economia brasileira praticamente dobrou nos últimos três anos, o que reflete o bom momento de crescimento do país, com inserção de parcela significativa da população de baixa renda no mercado de consumo. A análise foi feita hoje (13) o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, em entrevista à Rádio Nacional AM.Como exemplo de retomada da atividade com vitalidade, ele citou a construção civil, depois que o governo diminuiu a tributação do setor e fez algumas modificações na legislação do setor, como resultado da Lei de Falências, aprovada há um ano e meio depois de uma década de tramitação no Congresso Nacional.Segundo ele, a mudança “veio alavancar o crédito imobiliário”. Ele citou que só a Caixa Econômica Federal (CEF) deve investir cerca de R$ 18 bilhões, este ano, em empréstimos para a construção civil e financiamento de novas moradias. Isso se traduz em aumento do poder de compra, de acordo com Paulo Bernardo, e ajuda a alavancar a economia. Por isso, ele acredita que o Produto Interno Bruto (PIB) – soma das riquezas produzidas no país – deve crescer em torno de 4,5% em 2006.Para o ministro é uma expectativa otimista, considerando-se que os analistas de mercado e de instituições financeiras estimam crescimento de apenas 3,60% para o PIB no ano, mas disse que confia em que isso se confirme e, o mais importante, segundo ele, “sem turbulência”, mesmo em meio a um processo eleitoral. “Não tem ninguém especulando sobre fatos negativos por conta da eleição”.O ministro entende que há dificuldades momentâneas de disputa de poder, com entraves na pauta de votações da Câmara e atraso na aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que deveria estar aprovada desde o final de junho, de acordo com determinação constitucional. Ele acredita, porém, que “passadas as eleições de outubro próximo o diálogo será retomado”, e quem ganhar vai ter que fazer novo planejamento, de modo a “garantir a continuidade do processo econômico, que é muito positivo”.