Beatriz Pasqualino
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A taxa de desemprego nas 39 cidades que compõem a região metropolitana de São Paulo ficou praticamente estável em maio na comparação com o mês anterior. Em abril, o índice foi de 16,9% e em maio registrou ligeira elevação para 17%. O dado consta de Pesquisa de Emprego e Desemprego divulgada hoje (28) pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-econômicos (Dieese) e pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade). De acordo com o estudo, o número de desempregados soma cerca de 1,71 milhão, 14 mil a mais que em abril. Em relação a maio do ano passado, a taxa de desemprego total caiu quase 3%.
Segundo Alexandre Loloian, técnico do Seade, o mercado está "parado" e a economia brasileira tem apresentado crescimento em setores que geram poucos empregos. "O que estamos observando é que é uma frustração de expectativas que nós tínhamos. Normalmente em abril e maio temos a retomada da ocupação, a economia volta a crescer e gerar emprego, e as pessoas voltam para o mercado de trabalho. Infelizmente até agora isso não se manifestou", afirma.
A pesquisa aponta ainda que foram criados 13 mil postos de trabalho. Os setores de serviços e comércio abriram vagas, 40 mil e 19 mil respectivamente. Mas, a indústria e outros setores fecharam postos de trabalho, 22 mil e 24 mil respectivamente. "A criação de 13 mil vagas não foi sequer suficiente para absorver as 27 mil pessoas que entraram no mercado de trabalho. É praticamente nada", explica Loloian.
Com relação à eliminação de vagas na indústria, os pesquisadores do Dieese e Seade afirmam que é uma situação nova. "É um dado que não víamos há mais de 26 meses nas pesquisas de comparação anual. Este fato não ocorria desde março de 2004, quando a economia retomou sua recente trajetória de crescimento", diz o técnico do Seade. Segundo ele, esse é um "fato preocupante" porque a indústria é o setor mais dinâmico da economia e não está crescendo.
De acordo com a pesquisa, os desempregado passam em média 50 semanas na procura por trabalho, uma semana a mais que em abril de 2006 e em maio de 2005.