Lideranças gaúchas atribuem saída de Rodrigues ao ano eleitoral

28/06/2006 - 18h37

Porto Alegre, 28/6/2006 (Agência Brasil - ABr) - As principais lideranças do agronegócio no Rio Grande do Sul creditaram a saída de Roberto Rodrigues do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento "ao fato de ele ser um técnico e não um político num ano de eleição". Segundo o presidente da Federação da Agricultura do estado (Farsul), Carlos Sperotto, o ministério poderá passar por um período de "quase estagnação" a partir de agora.

Sperotto disse que "a falta de dinheiro e de medidas estruturais definidas para a agricultura, aliadas a um período de mais decisões políticas do que técnicas, podem ter sido a principal causa para a saída do ministro". E garantiu que embora tenha estranhado a decisão, a saída de Roberto Rodrigues "já vinha sendo anunciada e inclusive solicitada pelo próprio ministro" há bastante tempo.

"Estranhamos, porque no momento estamos em plena implantação, junto às instituições financeiras, das medidas que foram negociadas com o governo federal", destacou o dirigente, para quem a "falta de ações positivas do governo e também a ausência de condições para implantação de todo o plano agrícola que estava previsto, foram determinantes para que o ministro pedisse demissão".

Já o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag) no estado, Ezídio Pinheiro, disse que se Rodrigues "tivesse saído há 30 dias, ocasionaria uma tensão muito grande ao governo". E comentou que o ministro "primeiro absorveu todo o desgaste no anúncio do pacote agrícola".

Para o secretário estadual de Agricultura e Abastecimento, Quintiliano Machado Vieira, a saída de Rodrigues "foi uma surpresa e uma grande perda para o setor e para o país". Na opinião do secretário, ele é um conhecedor do agronegócio e "sempre foi muito sensível aos apelos do Rio Grande do Sul".