Beatriz Pasqualino
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Pelo terceiro mês seguido, a renda média real do trabalhador ocupado registrou queda. Em abril, a redução foi de 1,3%, o que corresponde a um ganho mensal de R$ 1.039. No caso dos assalariados, a perda foi ligeiramente menor (1,1%,), com ganho médio de R$ 1.103. A indústria foi o setor que teve a maior queda no rendimento (-7,2%). Os dados constam da pesquisa divulgada hoje (28) pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-econômicos (Dieese) e pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e se referem à região metropolitana de São Paulo.
"A renda não conseguiu retomar o crescimento e na comparação ao período anterior, o rendimento dos ocupados chegou a se igualar um dos piores meses de abril dos últimos quase cinco anos. Isso aconteceu em abril de 2003, período considerado o fundo do poço da economia brasileira", afirma Alexandre Loloian, técnico do Seade.
No entanto, a técnica do Dieese, Marise Hoffmann, destaca que a renda dos 10% de ocupados mais pobres cresceu 9,1% e passou a valer R$ 241. Já o rendimento mínimo dos 10% de ocupados mais ricos ficou praticamente estável, com ganho médio de R$ 2.009. "É um elemento que, em certa medida, se contrapõe à queda do rendimento médio geral dos diferentes setores e dos ocupados", afirma. Segundo Marise, essa diminuição na distância entre os rendimento dos mais ricos e dos mais pobres se deve às políticas de valorização do salário-mínimo e inclusão social.