ELEIÇÕES 2006 – Movimentos sociais propõem um projeto de governo alternativo

28/06/2006 - 17h52

Elaine Patrícia Cruz
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – Com atos públicos em São Paulo, Goiânia, Fortaleza, Florianópolis e Curitiba, foi lançado hoje (28) no país o Projeto Brasil, um conjunto de prioridades e diretrizes econômicas, sociais, ambientais e políticas que as organizações participantes do Fórum Social Brasileiro propõem que seja visto como uma plataforma alternativa de governo apresentada à sociedade.

Formulado na Plenária dos Movimentos Sociais do 2º Fórum Social Brasileiro de Recife, em 23 de abril deste ano, o Projeto Brasil reúne 30 temas, que juntos propõem uma política econômica focada no incentivo à produção e ao emprego, mudanças na política externa, democratização dos meios de comunicação, ampliação dos direitos sociais públicos e uma previdência pública universal, entre outros temas.

Segundo Nalu Faria, uma das coordenadoras da Marcha Mundial das Mulheres, o projeto vem sendo discutido e formulado desde o segundo semestre do ano passado pela Comissão de Movimentos Sociais (CMS). Participam da CMS entidades como a Central de Movimentos Populares, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Central Geral dos Trabalhadores do Brasil, a Marcha Mundial de Mulheres, Grito dos Excluídos (movimento ligado às pastorais católicas), Confederação Nacional dos Bispos do Brasil, a União Nacional dos Estudantes e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, entre outras. O novo documento, segundo Faria, substitui um antigo documento, denominado Soberania, Desenvolvimento Nacional, Trabalho com Distribuição de Renda e Inclusão Social, formulado em 2003 pela mesma Comissão.

Para Antonio Carlos Spis, representante da CUT na CMS, o objetivo é estar junto da sociedade para discutir os principais pontos do projeto. "Nós queremos dialogar com a sociedade sobre esse projeto, baseado na soberania e mais direitos para o povo", afirma. "Quem tem que fazer a pressão, quem tem que colocar as posições, é a sociedade brasileira". Para isso, a CMS pretende debater e apresentar o projeto à sociedade por meio de atos públicos, fóruns, plenárias e tablóides.