CPI dos Sanguessugas quebra sigilo da empresa acusada de centralizar fraudes na saúde

28/06/2006 - 14h12

Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A primeira reunião da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas (CPMI) aprovou a quebra de sigilo telefônico, fiscal e bancário da Planam, empresa apontada como responsável pela montagem do esquema de superfaturamento de ambulâncias, pagamento de propinas para fraudar emendas parlamentares, e obter recursos públicos da saúde.

Deputados e senadores aprovaram ainda quebras de sigilo dos últimos cinco anos de Maria da Pena Lino, ex-assessora do Ministério da Saúde; Darci Vedoim, sócio da Planam; Cléia Maria Trevisan, mulher de Darci; Alessandra Trevisan, filha de Darci; Ellen Paula Sirineu Trevisan; e da empresa Santa Maria.

Foram aprovadas ainda a convocação para os depoimentos de Maria da Penha, Darci Vedoim, Luiz Antônio Trevisan (filho de Vedoim) e Luiz Ayres Sirineu, advogado ligado a Planam. A CPI também aprovou convite ao procurador de Mato Grosso Mário Lúcio Avelar e do delegado da Polícia Federal Tardelli Boaventura, responsável pelas investigações.

O esquema das fraudes foi descoberto pela operação desencadeada pela Polícia Federal que abriu mais de 140 inquéritos sobre 76 municípios, envolvendo mais de mil ambulâncias, que custavam em média R$ 100 mil. A quadrilha tinha integrantes que atuavam em prefeituras, no Ministério da Saúde e dentro do Congresso Nacional.

O relatório da Justiça Federal que foi enviado ao Congresso citava o nome de 65 parlamentares, sendo um senador, 62 deputados, o ex-deputado Rovinon Santiago e um suplente. Nenhum envolvimento havia sido comprovado pelas investigações anteriormente.