Conheça algumas iniciativas de projetos da economia solidária

28/06/2006 - 20h07

Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A economia solidária tem se consolidado como uma importante alternativa para milhares de trabalhadores que buscam espaço no mercado de trabalho. Hoje, são 15 mil empreendimentos, como cooperativas, redes de associações ou empresas autogestionárias, que se uniram para driblar dificuldades financeiras ou até conquistarem um espaço no mercado brasileiro.

Um dos mecanismos de participação no campo da economia solidária que tem crescido nos últimos anos são as redes de produção. Uma dessas redes que se destacam neste novo segmento da economia brasileira é a Rede Abelha do Nordeste, fruto de uma articulação de ONGs, cooperativas, associações e grupos de apicultores. Sua principal missão é desenvolver iniciativas solidárias na cadeia da apicultura junto às famílias da agricultura familiar na região Nordeste. Outra rede, que merece destaque é a do algodão ecológico, que envolve trabalhadores de cooperativas agrícolas, fiação, tecelagem e de confecção nas regiões Sul, Nordeste e Sudeste; e, também, a rede de material reciclável, realizado com catadores de papel, em Minas Gerais.

José Vicente Filho, um dos participantes da Rede Abelha do Nordeste, destacou a importância desse tipo de iniciativa para promover a inclusão social no Brasil. "Além de ser um trabalho de desenvolvimento e educação para os apicultores da região, esse empreendimento econômico solidário salvou muita gente do desemprego. Depois que formamos essa rede, muitos melhoraram sua qualidade de vida", disse. Neste projeto, apicultores produzem mel e derivados, como própolis e cera, produtos que são vendidos, em rede, para o consumidor e o comércio em geral.

Muitas empresas falidas no Brasil também se juntaram em torno da economia solidária com o intuito de se recuperaram. São as empresas autogestionárias. O governo federal investiu no ano passado R$ 1,4 milhão no projeto "Ação de Recuperação de Empresas pelos Trabalhadores em Autogestão", informou a assessoria do Ministério do Trabalho, com a finalidade de fortalecer empreendimentos autogestionários constituídos por trabalhadores de empresas recuperadas ou em crise.

Esta ação econômica é destinada, segundo o ministério, quando os trabalhadores de uma empresa em crise se interessam em recuperar este empreendimento. Hoje, no Brasil, existem duas grandes experiências nesse sentido: a União e Solidariedade das Cooperativas e Empreendimentos de Economia Social do Brasil (Unisol/Brasil) e a Associação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Autogestão (Anteag), que reúnem cerca de 400 empreendimentos.