Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio - A remoção de cerca de 290 famílias da favela do Arará, no bairro carioca de Benfica, é uma das ações de curto prazo que estão sendo empreendidas pelo governo federal, através da Companhia Docas, para a revitalização da área portuária do Rio de Janeiro.
Nessa comunidade, centenas de barracos foram erguidos ao longo da via férrea que leva mercadorias para o Porto do Rio, dificultando a movimentação de cargas e oferecendo risco constante para os moradores. O presidente da Companhia Docas, Antonio Carlos Soares, disse que a empresa já repassou ao município do Rio de Janeiro R$ 3,546 milhões para a remoção e o reassentamento inicial dessas famílias.
Além desses recursos, foram transferidos para a prefeitura mais R$ 1,2 milhão. A concessionária da linha férrea, a MRS Logística, também está investindo mais R$ 5 milhões na construção do muro que irá isolar a via. "Essa ação especificamente de melhoria do acesso rodo-ferroviário, incluindo a recuperação do ramal, realocação das famílias, construção do muro, totaliza R$ 16 milhões", revelou Soares. Ele acredita que no máximo em seis meses a iniciativa estará concluída.
Antonio Carlos Soares disse que estão sendo cedidas áreas de propriedade de Docas para a prefeitura carioca que possam ser ocupadas com outros tipos de empreendimentos, sejam habitacionais, culturais ou comerciais. "Essa harmonia, essa integração está dentro do conceito de que a cidade não pode asfixiar o porto nem o porto pode impedir também a cidade de desenvolver o seu projeto de crescimento urbano". Para isso, estão sendo encontrados pontos de equilíbrio, frisou Soares.
Ele esclareceu que a revitalização não prevê a retirada da capacidade ou limitação da capacidade operacional do porto, "pelo contrário, estamos ampliando a capacidade operacional do porto, ao fazer um reordenamento do setor portuário". Da mesma forma que áreas mais distantes estão sendo incorporadas à cidade, áreas próximas ao perímetro operacional estão também sendo incorporadas pela prefeitura ao Porto do Rio de Janeiro, explicou o presidente de Docas. Entre essas, sobressai a Avenida Rio de Janeiro, que circunda o porto após a Rodoviária Novo Rio e será integrada ao porto.